“My point is that we much decolonize our minds and re-name and re-define ourselves . . . In all respects, culturally, politically, socially, we must re-define ourselves and our lives, in our own terms.”
Este vídeo está na minha lista de favoritos no Youtube à espera de ser publicado no blog. Oito dias depois ainda me parece uma excelente ocasião. Infelizmante só hoje, ao ler a Visão, me apercebi da sua morte. Infelizmente porque é um reflexo do meu alheamento presente... não porque tenha perdido algo em não ter sabido mais cedo. A sua vida é, sem dúvida, muito mais importante que a sua morte.
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"Às vezes o espelho aumenta o valor das coisas, às vezes anula. Nem tudo o que parece valer acima do espelho resiste a si próprio refletido no espelho. As duas cidades gêmeas não são iguais, porque nada do que acontece em Valdrada é simétrico: para cada face ou gesto, há uma face ou gesto correspondido invertido ponto por ponto no espelho. As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se nos olhos continuamente, mas sem se amar." Italo Calvino
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quinta-feira, agosto 16, 2007
...férias...férias...férias...
Eu, não o aquinalua.
Eu estou de janela virada para o mar, aberta de par em par.
Passei o dia na praia com um olho nos miudos e outro no mar.
A água está fria mas eles passaram mais de metade do dia lá dentro e a outra metade a correr, a escavar, a rebolar na areia e a apanhar pedras.
A pequena lua que há pouco via lá fora já se escondeu e a noite avizinha-se escura com muitas estrelas... se os miudos ainda estivessem acordados muitas histórias se contariam, muitas perguntas ficariam no ar sem resposta porque a complexidade é cada vez maior e os meus conhecimentos de astronomia não chegam para matar a curiosidade. Na realidade os meus conhecimentos na generalidade são insuficientes a maior parte das vezes... Aprendo mais eu com eles do que eles comigo - só que eles ainda não o sabem.
Há momentos da minha infência que não me saiem da memória e, ao olhar para eles hoje, percebi que estão a viver esses momentos agora e que o primeiro dia de férias, na praia de sempre, é inesquecível. O que aprendi é que é um previlégio poder assistir a estes momentos e ficar feliz com eles.
agora percebo porque percebo agora que carreguei muita coisa que quando larguei não deixou vazio e me libertou de um peso. porque percebo agora que há coisas que só valem pela importância que lhes dou e na realidade não acrescentam nada à minha vida. porque percebo agora que podemos viver nas ideias e caminhar sem rumo achando que vamos para algum lugar. porque percebo agora que uma ilusão pode preencher mas quando acaba não deixa nada a não ser desilusão. porque percebo agora que a palavra amor é fundamental numa relação e tem de ser dita e concretizada. porque percebo agora, olhando para trás, que apesar da companhia estive sempre sozinha acompanhando alguém. porque percebo agora que as pessoas só fazem parte da nossa vida se participarem da nossa vida e não se se mantiverem à porta com medo de entrar. porque percebo agora que existiu uma pessoa na minha vida que tão pouco lhe acrescentou que, na realidade e tristemente, não me faz falta - apesar dos anos e das boas memórias.
porque percebo agora que as ideias são ideias e a realidade é a realidade... pela centésima vez...
Visto assim até parece muito mas, na realidade, as manchas são muito mais pequenas porque não visitei exaustivamente nenhum destes países. Algumas cidades e pouco mais do que isso.
O plano necessáriamente adiado das minhas viagens é (há muito tempo) este: Canadá e Alaska México e Chile Cabo Verde, Moçambique, Mali e Senegal China, Vietnam, India, Tailândia e Indonésia Nova Zelândia Europa de Leste e Islândia
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quarta-feira, agosto 08, 2007
Uxu Kalhus - Erva Cidreira
ó erva cidreira estás no telhado quanto mais te rego mais pendes p'ró lado mais pendes p'ró lado mais a rosa cheira estás no telhado ó erva cidreira
refrão: toda a moça que é bonita na maior força de amar jura amor que eu também juro não me andes a falsear não me andes a falsear meu amor agora agora dois passos para diante meia volta e vai-te embora
ó erva cidreira estás na varanda quanto mais te rego mais pendes p'rá banda mais pendes p'rá banda mais a rosa cheira estás na varanda ó erva cidreira
(refrão)
ó erva cidreira estás no alpendre quanto mais te rego mais pendes p'rá frente mais pendes p'rá frente mais a rosa cheira estás no alpendre ó erva cidreira
Andanças 2007 Porque... Porque os olhares são retribuídos sem medo Porque as mãos se tocam sem vergonha Porque a alegria contraria a gravidade e voamos nos braços uns dos outros Porque é tão fácil respeitar o espaço de cada um Porque é tão fácil viver em equilibrio com a Natureza Porque se faz aprendendo e se conhece experimentando
O Andanças é uma lição de vida. É um espaço onde milhares de pessoas dormem, comem, bebem, dançam, tocam, tomam banho, usam as casas de banho, fumam e convivem. Neste espaço há sempre alguma coisa para aprender, alguém para conversar, algo para comer, uma casa de banho limpa, uma sombra, água, sorrisos e um chão limpo de lixos e beatas.
Há sempre alguém a trabalhar para que tudo isto aconteça e no Andanças há centenas de voluntários.
E à noite, nas tendas, nas rodas, a dançar, o par que trocamos é sempre diferente e apenas no segundo anterior sabemos que nos irá pegar na mão.
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quinta-feira, agosto 02, 2007
Contradições
Hoje iniciei os meus 15 dias anuais de férias de tudo. E hoje vislumbrei para 6ª feira o fim dessas férias... Perante a perspectiva de curtíssimas férias fui jantar fora com a J e nós juntaram-se a S e a T. Acabamos à porta do Maxime festejando a gravidez da M e partilhando experiências de partos com outra J... Cenas de gajas que quando finalmente lhes é permitido curtir como se não houvesse amanhã acabam à porta de um antigo bar de strip a falar dos filhos e dos orgásmicos partos que experimentaram reproduzidos e encenados com tempero a vinho tinto e vodka com maçã de Alcobaça deixando desconfiada quem se prepara para tal experiência sem suspeitar das delícias de quem recorda em oposição aos receios de quem aguarda. Eu sei que isto dito assim parece um bocadinho herege mas aqui ninguém tem aspirações a santa ou qualquer cena do género - as dívidas estão pagas e estamos todos bem.
Sabe bem poder ser herege de vez em quando. E sabe bem assumir que a expulsão no processo do parto é o melhor orgasmo que se pode sentir na vida se não estivermos adormecidas pelas epidurais. Sabe bem saber que toda a dor e todo o medo ficaram esquecidos numa sala de hospital. Sabe bem lembrar um ser tão pequenino, acabado de sair de dentro de nós, já com pestanas, unhas e rugas nos nós dos dedos.
Mas também sabe bem saber que por uns tempos vamos acordar sozinhas na casa em silêncio. Sabe bem sentir a noite e a lua entrar pelas janelas sem ter o alarme interno ligado à espera de ouvir "mããããeeee".
Finalmente sabe bem saber que daqui a 15 dias alguém que nos faz tanta falta que até dói nos vai entrar pela vida dentro e apoderar-se de nós apaix0nada e arrebatadoramente.
Enfim, para quem já é mãe ser mulher é também isto... e a contradição faz parte da fórmula.
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Cronicas de uma nova colonia. Comentarios: aquinalua@gmail.com