aqui na lua
segunda-feira, janeiro 30, 2006
  I'm okay alone, but you got something I need

The Brand New Key

I rode my bicycle past your window last night
I roller-skated to your door at daylight
It almost seems like you're avoiding me
I'm okay alone, but you got something I need

Well, I got a brand new pair of roller skates
You got a brand new key
I think that we should get together and try them out you see

I been looking around awhile
You got something for me
Oh! I got a brand new pair of roller skates
You got a brand new key

I ride my bike, I roller skate don't drive no car
Don't go too fast, but I go pretty far
For somebody who don't drive
I been all around the world
Some people say, I done all right for a girl

Oh, yea yea, oh, yea yea yea, oh yea yea yea yea yea yea

I asked your mother if you were at home
She said yes but you weren't alone
Oh, sometimes I think that you're avoiding me
I'm okay alone, but you got something I need

Well, I got a brand new pair of roller skates
You got a brand new key
I think that we should get together and try them out to see
La la la la la la la la, la la la la la la
Oh! I got a brand new pair of roller skates
You got a brand new key

Melanie Safka

(Sim, é verdade, fui uma miuda muito estranha e gostava de ouvir isto aos 16 anos. Ontem descobri uma cassete antiga com isto gravado e lembrei-me de algumas (muitas!) coisas.)
 
  Casa Jones

Este fim de semana fomos para a neve... É estranho dizer isto acerca do único fim de semana desde que nasci que vê neve em Lisboa...

Fomos de boleia no carro da Ana. Dois adultos à frente e cinco crianças atrás - média que se confirmou quando entrámos na Casa Jones e, para 21 crianças, tínhamos apenas 15 adultos.
Saímos na sexta feira e subimos a A1 e depois a A23 até Manteigas. De Manteigas continuámos a subir até às Penhas Douradas e depois até à Casa Jones.

A Casa Jones tem nome de filme de terror.

A Casa Jones fica mais ou menos isolada na montanha e, à noite, quando chegámos, viam-se umas manchas brancas junto à estrada mas pouco mais neve do que isso.

A Casa Jones tem 20 camas distribuídas por cinco quartos diferentes.
Depois de conseguirmos distribuir os miúdos pelas camas e colchões trazidos deLisboa e de, com alguma boa vontade dos respectivos, termos colocado os mais pequenos nas camas dos pais, fomos jantar.

A Casa Jones tem uma cozinha industrial, daquelas com fogões, arcas congeladoras e frigoríficos à medida de gigantes.
Cinco pessoas trataram de preparar a comida e outras dez de a servir e controlar a refeição. Depois de despachar as bocas mais pequenas e de estas terem desaparecido escada acima rumo a um universo onde nós não pertencemos e onde cabem livros, esconderijos, confissões de pré-adolescentes em verdade ou consequência, batalhas contra monstros imaginários, desenhos e sei lá mais o que dos 5 aos 12 anos se consegue imaginar.
Partilhar uma mesa com 15 pessoas que têm comum 7 anos de descobertas e sobressaltos na educação dos filhos, perdas e desavenças, lutos e alegrias, férias e passeios, é enriquecedor.

A Casa Jones tem 3 andares. E muitas escadas.
À uma da manhã ainda se ouviam correrias escada acima e escada abaixo e risos nervosos de quem, não obstante a hora tardia, já antecipa o acordar madrugador. Às sete já uns olhinhos piscavam e meia hora depois, entre a ajuda dos mais velhos e a boa vontade dos mais novos, já quase todos tinham tomado o pequeno-almoço.

A Casa Jones é quentinha.
Depois de uma manhã de tempestade interior fomos para a Torre parando no Sabugueiro para comprar enchidos, queijos e doce de abóbora. Um frio cortante impedia-me de raciocinar. Aliás... impedia-me de fazer fosse o que fosse. Peguei nos miudos e fiz um esforço enorme para escorregar meia dúzia de vezes pela encosta abaixo até que, fitando o horizonte, me apercebi da massa cinzenta de se aproximava. Afinal, o nevão anunciado não era uma fraude. Avançava para nós a uma velocidade assustadora. Enfiámo-nos nos carros e a 5 Km da Casa Jones já era evidente que as pequenas manchas de neve na estrada iriam transformar-se num interminável manto branco. Ao entrar em casa, a tempestade exterior caiu e a interior apaziguou.

A Casa Jones tem uma raposa. Daquelas que vêm comer à porta e choram abrigo em dias de tempestade. A raposa partilhou o nosso almoço e ali ficou, debaixo do alpendre, meia assustada. As marcas da armadilha no pêlo adivinhavam um passado menos bom pelo que estranhámos tamanha aproximação. Mas ela ali ficou. Dois dias. A seguir às refeições alguém separava a comida e deixava-lhe uma travessa à porta.
Sem poder sair de casa tudo poderia ter descambado... todas as divisões estavam um perfeito pandemónio, havia toneladas de loiça para lavar e barulho constante. Mas o vinho tinto, a aguardente e os petiscos consolaram mesmo as almas mais inquietas e o dia terminou calmamente.

A Casa Jones fica mesmo no meio da neve.
No Domingo a paisagem que as portadas de madeira abertas revelaram era incrivelmente branca. À porta de casa a neve tinha-se acumulado e era fofa. Os ramos das árvores estavam cobertos de branco e cada agulha de pinheiro era mais um risco branco. Eu nunca tinha visto nevar e nunca tinha visto neve acabada de cair. O silêncio... O ar cristalino... A pureza do frio...
A meio da tarde, a meio das brincadeiras na neve e a meio caminho de Narnja, soubemos que nevava em Lisboa, em Évora, em Santarém, em Leiria, em Torres Novas, na Figueira da Foz!
Nevar em Lisboa parecia-nos fantástico, mas estavamos tão perdidos naquele universo paralelo, isolados do mundo na Casa Jones, que só quando viemos para Lisboa, mais tarde e depois de as estradas terem aberto, é que percebemos a verdadeira dimensão do fenómeno. Em Lisboa a neve não cobriu nada, mas na A1, ao passar a Área de Serviço de Aveiras, senti-me noutro país. Era insólito pensar que aquela estação era Aveiras e não outra qualquer no caminho entre a Suiça e a Alemanha.

A Casa Jones ficou vazia.
Com a juda do pessoal do Parque Natural, conseguimos tirar os carros e toda a tralha da Casa Jones e partir de regresso a Lisboa. As estradas estavam limpas e o caminho fez-se bem, sem paragens, até Lisboa. Os miudos dormiam profundamente nos bancos de trás dos carros e nós, à frente, ouviamos música, revíamos as fotografias do fim de semana e olhávamos estupefactos para a paisagem estranhíssima que a vaga de frio tinha deixado para trás.

O cansaço que levei para cima, resultado de vários dias sem dormir, não desaparecia. Aliás, aumentava a cada hora. Pensando bem, foi uma loucura depois de uma semana e meia de trabalho intensivo, ter alinhado nesta aventura. Mas agora que aqui estou, fico feliz por ter ido. Tenho a certeza que, assim como eu, também os miudos dificilmente esquecerão estes dias.
 
terça-feira, janeiro 24, 2006
  Je l'aime bien aussi


Daniel Day-Lewis, bien sûr...
 
segunda-feira, janeiro 16, 2006
  Meu querido Pedro Almodóvar

Anormal é não aceitar que normalidade é uma moda.
Efémera, portanto.
Imposta, a maior parte das vezes.
 
  Cruzadas involuntárias
Há pessoas esclarecidas que afirmam que aos trinta há uma crise qualquer... assim daquelas que nos fazem crescer (casos felizes até então) ou infantilizar (casos felizes de então em diante).
Quando cheguei aos 29, projectei os 30 e disse a toda a gente que tinha 30 sem os ter completado ainda.
Quando cheguei aos 30 achei que por ter estado tanto tempo a pensar e a afirmar que os tinha já estava imune.
Quando os 31 surgiram no horizonte, e no meu caso, o mundo desabou!
Tem necessáriamente a ver com os 30. Com crises pré-formatadas já duvido. Mas que é uma porra...
Acordo irritada porque sim.
Deito-me triste porque sim.
Não tenho paciência nem para a minha voz e para os meus tiques de personalidade quanto mais para os dos outros.
Não tenho paciência para pessoas que procuram incessantemente um lugar na estante das suas convicções para tudo.
Irritam-me os prédios e as vidas engavetadas.
Irritam-me os carros só com uma pessoa, as filas de trânsito e as rádios que falam das filas de trânsito e que nos confrontam com a miserabilidade da nossa rotina artificial.
Irritam-me as pessoas que consultam anjos, horóscopos, tarots e videntes para decidir sobre as suas próprias vidas porque não se querem dar ao trabalho de optar e não têm coragem de arriscar.
Odeio pessoas que procuram pessoas com certificado de garantia ou garantia de alguma coisa.
Odeio pensar no que poderia ter feito e não fiz.
Recuso-me pensar que a vida é instável em si mesma e que, por isso, o melhor é acomodar-nos.
Recuso-me a ser insensível para não voltar a ser magoada.
Recuso-me a deixar de acreditar porque serei sempre uma romântica incurável e não o contrário.
Quero continuar a ter ideias parvas e lutar para as pôr em prática.
No fundo, aceitar e construir o meu próprio ridículo e não me sujeitar ao ridículo colectivo.

Mas, se cresci até agora ainda tenho a hipótese de infantilizar. Se não, estou fodida!

 
quinta-feira, janeiro 12, 2006
  Sussurros

Quelqu'un M'a Dit
Carla Bruni


On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud que de nos chagrins il s'en fait des manteaux pourtant quelqu'un m'a dit...

Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

On me dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parais qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou
Pourtant quelqu'un m'a dit ...

Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"Il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"
Tu vois quelqu'un m'a dit...

Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux,
Pourtant quelqu'un m'a dit que...

Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?
 
quarta-feira, janeiro 11, 2006
  Transcendências


Quando de repente olhamos à volta e, numa praia vazia, 6 olhos olham por nós.
Quando o barulho do mar se eleva acima das outras coisas e outras almas se aproximam sem darmos por isso.

Quando queríamos estar sozinhos e afinal encontramos boa companhia.
Quando nem todos usam a mesma linguagem mas todos estão em sintonia.
Quando todos são cúmplices na sua própria solidão.
Encontrámos o nosso lugar e o tempo transportou-nos em segurança.
 
segunda-feira, janeiro 09, 2006
  Boca do Rio



As primeiras recordações da minha vida moram aqui... neste espaço esquecido durante tanto tempo pelo próprio tempo. Volto lá todos os anos e sempre que posso.
Vai ser transformado numa marina que irá fazer a ligação do Parque da Floresta (o maior campo de golf da Europa, situado em Budens uma das zonas de maior escassez de água do país...) ao mar. É um sapal imenso, um vale sedimentar lindo com as ruínas de umas termas romanas junto à praia (quase deserta, não assistida e sem restaurante) e um rio que calmamente desagua no mar.
Mais um sonho que morre... uma despedida difícil e uma estupidez à escala humana... não é sequer dimensionável.
 
  (I will try to) Fix You



When you try your best but you don’t succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can’t sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can’t replace
When you love someone but it goes to waste
Could it be worse

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

And high up above or down below
When you’re too in love to let it go
But if you never try you’ll never know
Just what you’re worth

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And i…
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And i…

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Coldplay
X & Y
 
Cronicas de uma nova colonia. Comentarios: aquinalua@gmail.com

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