aqui na lua
quarta-feira, abril 28, 2004
  Poemas e Prosas da Vida
Procuro incansavelmente na internet algo que me ajude a identificar este tempo meu. Não consigo. Navego sozinha e perdida num espaço abstrato e confuso em busca de consistência? Disparate... Consistência tenho eu... esqueci-me é de onde ficam os travões. O que é bom por um lado: transformei-me numa condutora exímia. Por outro é mau: como é que diziam antigamente? "acha que é o melhor condutor do mundo..."

Cá está qualquer coisa que dentro doida... mexe:

Sangue Latino
Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa
Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa

Ney Matogrosso


Chegou a primavera quase Verão!
 
quinta-feira, abril 15, 2004
  Tatuagens
em cada gesto perdido
tu és igual a mim
em cada ferida que sara
escondida do mundo
eu sou igual a ti

fazes pintura de guerra
que eu não sei apagar
pintas o sol da cor da terra
e a lua da cor do mar

em cada grito da alma
eu sou igual a ti
de cada vez que um olhar
te alucina e te prende
tu és igual a mim

fazes pinturas de sonhos
pintas o sol na minha mão
e és mistura de vento e lama
entre os luares perdidos no chão

em cada noite sem rumo
tu és igual a mim
de cada vez que procuro
preciso um abrigo
eu sou igual a ti

faço pinturas de guerra
que eu não sei apagar
e pinto a lua da cor da terra
e o sol da cor do mar

em cada grito afundado
eu sou igual a ti
de cada vez que a tremura
desata o desejo
tu és igual a mim

faço pinturas de sonhos
e pinto a lua na tua mão
misturo o vento e a lama
piso os luares perdidos no chão

Mafalda Veiga
 
terça-feira, abril 06, 2004
  Sufocar o Amor
É algo que se sufoque?

Este sentimento que vem do corpo todo, que é um estremecimento, um arrepio... que nos impede de respirar. Este nó que aperta sem doer, que nos tira a força e paraliza.

Encontrar a alma gémea e virar-lhe as costas... anti-natureza, anti-tudo. Descobrir que esteve sempre ao nosso lado enquanto divagávamos pela vida desencontrados. Fechar os olhos e continuar a ver a imagem que faz parte de nós e que nos complementa.

Somos uma pessoa melhor porque o outro existe.

Mas a nossa vida é feita de desencontros e, porque sempre assim foi, este é mais um.

Pensar como seria se tudo o resto não existisse...

Seríamos nós e não eu e tu.
Seríamos crianças.
Os adolescentes que já não somos.
Os melhores amigos que sempre fomos.
Os amantes descomplexados (é tão bom, não é?).
O silêncio apaziguador.
As paisagens partilhadas.
As noites e os amigos.
Os passeios e as conversas.

Já nada sabe ao mesmo agora que sabemos... partilhar estas coisas sabendo que poderíamos ter sido homem e mulher é um sentimento incompleto. Todo o meu corpo se recorda de ti. Esta boca, este pescoço, estes seios que são teus e onde o teu toque persiste, permanente.

Agora tenho medo de te perder no caminho que sempre fizemos juntos, lado a lado, construindo as nossas vidas. Vendo os filhos nascer e crescer, os homens e as mulheres a chegarem e a ir embora... Agora tudo faz sentido: quem poderia ficar se o destino era nosso? Porque o negámos? Faço um esforço diário para não gritar por ti mas às vezes o silêncio é ensurdecedor e sei que o ouves... não ouves?

A impossibilidade dói tanto que, por mais que a chore, não se esvai.

Fica para sempre, nunca me digas Adeus.
 
Cronicas de uma nova colonia. Comentarios: aquinalua@gmail.com

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