gémeos
Este mês faço anos. Quer dizer, completo mais um ano. Não se podem fazer anos em meses, pois não?
Bom... não me apetece fazer balanços nem retrospectivas, mas há momentos que por mais que lhes fuja me regressam da memória ao pensamento:
- Natal - pelas dificuldades em manter a compostura pela primeira vez em estado sóbrio.
- Passagem de ano - pela concretização de um desejo reprimido há anos.
- S. Rafael - pela maravilhosa sensação de dever cumprido e pela excepcionalidade dos companheiros de trabalho.
- Domingo passado - O motor do meu carro morreu em antecipação ao meu. Como um sinal.
Mais um 28 de Maio, mais uma primavera e mais uma reviravolta. Se há coisa que a minha vida não é, é monótona. Disseram-me no outro dia uma coisa engraçada: os gémeos não têm, como se costuma dizer, dupla personalidade. Têm sim uma incapacidade enorme para tomar decisões o que os torna contraditórios. A afirmação que nos define é: "Eu duvido". E será que é por tanto duvidar que nunca consigo levar nada para além do fim? Ou será que, por questionar tanto, antecipo o fim das coisas? Será que existe de facto um fim, ou apenas uma transformação? Mas as transformações implicam o fim de algo e as perdas são evidentes. No meu caso existe um fim incontornável, talvez por não saber como continuar com algo quando não quero que a inevitabilidade regular me atinja, mais uma vez, acabando com aquilo que desejo.
Como se passa para além do fim?
Como fazem aqueles que conseguem construir e reconstruir em cima do mesmo pilar, crescendo e alicerçando uma estrutura?