Calmaria
A última semana não foi.
Aterrei antes de anteontem. Dormi, dormi, dormi e depois acordei. Anteontem só saí de casa para levar os miudos à escola e embriaguei-me com os seus mimos.
Ontem fomos passear a seguir à escola e fizemos muitas coisas: escalámos, fizemos um baptismo de mergulho numa piscina e comemos no chão da sala fora de horas e cheios de sono.
Depois dormimos e depois acordámos e deixei-os novamente na escola.
E depois fiquei sózinha a descansar porque uma gaja às vezes precisa de nada e de ninguém. E reencontrei os cantos à casa e os cantos à vida. E lavei roupa e reguei as plantas. E fumei cigarros à varanda a ver os carros a passar e a sombra das àrvores a escorregar na parede. E fui ao mercado às compras e ao café. E agora estou aqui e tudo isto me parece tão importante como a liberdade de expressão e tudo aquilo que não quis ver nos noticiários de hoje.
O meu universo hoje acaba à porta de casa e resume-se ao pouco que me vai passando pela cabeça.
O próximo trabalho é já para a semana e todo o tempo é pouco para recuperar o que me compõe e que vou deixando caído pelo caminho enquanto o cansaço me despe de mim mesma.