aqui na lua
sexta-feira, junho 09, 2006
  concerto
Ok... normalizada a situação, aqui vai:

Chegámos, eu e a J..., eram 18h30 e eu preparei-me para uma travessia do deserto controlando muito bem quais os melhores oásis para abastecer o corpinho dos nectares de cevada que no último pecaram pela inexistência a partir de metade da noite. Controlada a situação e de copo na mão prestei-me a ouvir Editors com a atenção de quem apenas faz tempo até às 00h00. Ao fim de alguns acordes rendi-me e confesso que gostei como se gosta de alguma coisa que se ouve pela primeira vez e que nos soa bem: sem entusiasmo mas com atenção redobrada.
Mais uns copitos em cima e dEUS chama do palco... a mim, pela 3ª vez. Mas dos 3 concertos da banda a que fui em Portugal, este foi o melhor.
Nada mal para quem se preparou para o deserto. Até agora, perfeito.
The Cult... sim, é verdade, pensei que não, mas ainda me lembrava de The Cult sem o saber. Porra que não sei se foi dos copitos todos, mas o formigueiro não me permitiu ficar sentada mais tempo numa das mesas e saltei para junto do palco onde ainda acompanhei algumas músicas aos berros num revivalismo sem precedentes (nem mesmo com Pixies) e com a sensação de que a puta da idade tem algumas vantagens: eu ouvia The Cult quando era miuda, tive o previlégio de o fazer e de agora poder relembrar as loucuras idiotas que fizémos. The Cult era uma das bandas sonoras dos disparates. Junto com outras, mas uma das que gerava concenso.
Depois Keane que não maça mas mói. Eu gosto de algumas bem conseguidas canções de Keane mas, um concerto inteiro e ansiando por Franz Ferdinand, foi extremamente doloroso... A sensação de "estes gajos nunca mais se calam" já era a constante no que se referia ao Palco das bandas portuguesas mas ali era a primeira vez. Foi finalmente o deserto antecipado, mas bastante mais pequeno do que previa.
O X... chegou e os Keane (tão jovenzinhos, tão pequeninos...) sairam do palco.

Franz Ferdinand entraram a matar e continuaram frenéticos durante quase 1h50m com o único encore da noite prologado por mais 5 canções. Até "This Fire" ser identificado pelos primeiros acordes.
O público estava completamente passado e as inúmeras desafinações e descordenações passaram completamente ao lado porque a malta queria era pular, cantar, dançar, levantar os braços, berrar e continuar com a festa até cair para o lado... para depois ressuscitar com novos acordes e novas músicas que fariam acordar um morto se ali os houvesse.
Enfim... eu sou suspeita porque num concerto o que vale é poder antecipar os ritmos e não perder o ritmo da coisa.
O que entristeceu com as outras bandas foi a apatia com que se encarou o final de cada prestação e se deixou os músicos abandonar o palco. Com Franz Ferdinand ninguém arredou pé e era perfeitamente identificável "This fire is out of control! I'm going to burn this city! Burn this city!" berrado em uníssono pelo público até ao regresso de Kapranos, McCarthy, Hardy e Thomson . "This Fire" foi a última o que revela inteligência por parte da banda que teve oportunidade de prolongar o encore até a tocar. A bateria chegou a ser partilhada por três em simultâneo e os olhos não largaram o frenesim de braços e baquetas à volta dela. Mas uma bateria serve para isso mesmo nestas circunstâncias: é o êxtase da energia colectiva concentrado.
Por mim, senti-me outra vez miuda. Acho que me esqueci da J... e do X... e deixei-me levar pela multidão que me arrastou numa puladeira, berraria e histeria infernal o tempo todo. Todo! Até da cerveja me esqueci e no final a secura era insuportável.
O deserto simpático que atravessámos levou-me a um oásis onde quero voltar sempre que vierem a Portugal. Ficou a certeza de que não vou perder nenhum concerto de Franz Ferdinand enquanto existirem e vierem aos nossos palcos.


Taken by Chris Kosiol

This Fire
Eyes, boring a way through me
Paralyse, controlling completely
Now there is a fire in me
A fire that burns

This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city

This fire is out of control
I'm going to burn it
I'll burn it
I'll burn it down

Eyes, burning a way through me
Overwhelm, destroying so sweetly
Now, there is a fire within me
A fire that burns

This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city

This fire is out of control
Then I, I'm out of control
And I burn
Oh, how I burn

This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city

Franz Ferdinand
(Kapranos, McCarthy, Hardy, Thomson)
 
Comments: Enviar um comentário



<< Home
Cronicas de uma nova colonia. Comentarios: aquinalua@gmail.com

Nome:
Localização: Lisboa, Portugal
ARCHIVES
novembro 2003 / dezembro 2003 / janeiro 2004 / fevereiro 2004 / março 2004 / abril 2004 / maio 2004 / junho 2004 / julho 2004 / agosto 2004 / setembro 2004 / fevereiro 2005 / março 2005 / abril 2005 / novembro 2005 / dezembro 2005 / janeiro 2006 / fevereiro 2006 / março 2006 / maio 2006 / junho 2006 / agosto 2006 / setembro 2006 / outubro 2006 / novembro 2006 / dezembro 2006 / janeiro 2007 / fevereiro 2007 / abril 2007 / julho 2007 / agosto 2007 / setembro 2007 / outubro 2007 / abril 2008 / maio 2008 / junho 2008 / agosto 2008 / novembro 2013 /


Powered by Blogger